Durante a 2ª Conferência Internacional da CAEP-CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), realizada no último dia 14 de maio, em Brasília, um dos momentos mais marcantes do encontro foi o discurso do professor Pedro Flexa Ribeiro, representante da Associação Brasileira de Educação (ABE). Ele reafirmou o papel da ABE como uma instituição essencial na construção de políticas públicas e no fortalecimento da educação no Brasil, diante de uma plateia formada por representantes de países como Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Fundada em 1924 por nomes como Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Roquette Pinto, a ABE foi a primeira entidade civil dedicada exclusivamente à causa educacional brasileira. E foi justamente esse legado que Pedro Flexa levou à conferência, lembrando que a educação deve ser um projeto de Estado e não de governo. Em sua fala, ele destacou que a Associação, ao longo de seu centenário, sempre defendeu a educação como um direito universal e um bem público.
Pedro Flexa lembrou ainda que a diversidade de projetos educativos é pré-condição de democracia. “Cada família deve ter o direito de discernir o tipo de escolaridade para seu filho, o que no Brasil se torna possível pelo reforço suplementar de um consistente setor privado”.
O professor enfatizou a importância da cooperação internacional entre os países da CPLP, destacando que há um campo fértil para o intercâmbio de boas práticas, formação de professores, inovações curriculares e desenvolvimento de políticas públicas sustentáveis.
“Nossos países precisam construir pactos de longo prazo, que resistam a mudanças de governo, próprias de regimes democráticos, e se ancorem em valores como equidade e inovação”, destacou.