Em 2001, José Antônio Teixeira, então presidente eleito do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe Rio), proferiu uma frase que marcou a história da instituição: “Escola Particular: liberdade e democracia começam aqui.”
A educação privada no Brasil atende a uma parcela expressiva de estudantes. Segundo dados do Censo Escolar de 2024, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), 20,2% das matrículas da educação básica estão na rede privada — o que representa aproximadamente 9,5 milhões de alunos. Desses, 1,1 milhão estão matriculados no ensino médio. A pré-escola também registra forte presença da rede privada, com 22,1% do total de alunos.
Para que o setor público pudesse absorver toda essa demanda, seria necessário um investimento superior a R$ 120 bilhões, destinados à construção de novas escolas, contratação de professores e expansão da infraestrutura educacional.
As escolas particulares oferecem, além de uma infraestrutura diferenciada, uma ampla variedade de abordagens pedagógicas que favorecem o desenvolvimento integral dos alunos. A rede privada permite a adoção de projetos educacionais baseados em diversas linhas filosóficas, proporcionando às famílias a liberdade de escolher o modelo de ensino que melhor atende às suas expectativas e valores.
De forma geral, os estudantes da rede privada obtêm desempenho superior em avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Esse resultado se deve à flexibilidade pedagógica, ao maior investimento na formação de professores, ao uso de tecnologias educacionais avançadas e à qualidade da estrutura física. Pesquisas também apontam que, em termos de investimento por aluno, as escolas particulares otimizam melhor os recursos disponíveis.
Além disso, a presença robusta do setor privado ajuda a aliviar a pressão sobre o sistema público, permitindo ao Estado direcionar seus esforços e recursos para regiões e comunidades mais vulneráveis. A colaboração entre os dois setores pode gerar benefícios significativos. Parcerias público-privadas — como programas de capacitação docente, compartilhamento de recursos e intercâmbio de boas práticas pedagógicas — são exemplos concretos de como essa cooperação pode elevar a qualidade da educação no país.
A frase de José Antônio Teixeira, que também presidiu a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) por dois mandatos, continua atual e necessária. As escolas particulares seguem desempenhando um papel fundamental na pluralidade das abordagens educacionais, na economia de recursos públicos e na qualidade do ensino.
Valorizar e fortalecer essa rede é essencial para a construção de um sistema educacional mais justo, eficiente e verdadeiramente democrático.
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04 de junho de 2025 | 3 minutos de leitura