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Publicado em 21 de julho de 2023 | 6 minutos de leitura

A chegada ao sexto ano – Um desafio histórico

Essa fase de transição, com componentes complexos para serem desmistificados, permanecem presentes na rotina escolar até hoje e deve ser objeto de planejamento cuidadoso por parte da equipe pedagógica que atua tanto no quinto como no sexto ano.

É extremamente necessário que tenhamos a percepção do quanto os alunos do quinto ano estão duplamente felizes nessa fase: é o maior ano do segmento atual e que encerra uma fase importante da escolaridade. Portanto, é comum eles terem o sentimento latente de serem os mais importantes, como se estivessem reinando durante todo o ano. Ao mesmo tempo, criam diversas expectativas para o ingresso no sexto ano, e sabemos que serão, em sua maioria, completamente diferentes da realidade futura que irão encontrar, pois, em qualquer situação, as expectativas criadas vão além das que verdadeiramente encontraremos.

Ao chegarem ao sexto ano a realidade se inverte: é o menor ano do novo segmento, o que significa o fim do reinado e a possível frustração destes alunos diante do que esperavam. As responsabilidades, a quantidade de conteúdos a serem aprendidos, a cobrança na organização e nas avaliações, assim como o número de professores, passam a ser muito maior do que era na rotina anterior.

Dessa forma, a equipe pedagógica deve perceber que tem nas mãos um campo bastante fértil para trabalhar, a fim de facilitar esse rito de passagem. O estado permanente de motivação, que não falta para esses alunos nessa fase de transição, é um fator indispensável ao constante movimento de aprendizagem.

Precisamos considerar também todas as mudanças pelas quais os alunos estão passando nos aspectos fisiológicos e emocionais, que marcam a saída da infância e a entrada na adolescência, como fatores que geram ansiedade e novos comportamentos, que deverão ser observados por todos que estarão envolvidos com esta série.

O olhar significativo de enxergar essa transição como uma oportunidade de consolidar o que foi trabalhado nos anos iniciais no tocante ao desenvolvimento da autonomia, da responsabilidade, da rotina de estudos, entre outros, ajudará os alunos a compreenderem suas novas responsabilidades e seus deveres e, assim, avançarem para uma nova fase de suas vidas com mais tranquilidade.

Um planejamento dinâmico para esta fase deve contar com estratégias que envolvam alunos, professores e pais durante vários momentos do quinto ano, assim como na chegada e permanência ao longo do sexto ano.

Exemplos de ações que colaboram para termos uma transição com mais tranquilidade:

  • rodas de conversa da equipe pedagógica com os discentes durante o quinto ano, ouvindo seus anseios e indagações, e apresentar as respostas ou exemplos da dinâmica de aulas que terão no próximo ano é uma atividade bem interessante que traz tranquilidade aos alunos;
  • algumas vivências de aulas com os futuros professores que atuarão no sexto ano são momentos ímpares para que os alunos reduzam a ansiedade, deixando-os bastante empolgados e mais seguros com as futuras novidades;
  • promover recreios em conjunto entre os atuais alunos do quinto e do sexto ano, com um lanche coletivo, traz possibilidades de os alunos do quinto ano conversarem diretamente sobre como é o dia a dia do sexto ano e utilizarem uma linguagem mais descontraída entre eles para esclarecer dúvidas;
  • reunir os pais dos alunos do quinto ano para apresentar a proposta das rotinas escolares relativas ao sexto ano e explicar o papel deles nesse novo momento, em que a autonomia, a responsabilidade, a organização e a dedicação dos alunos serão mais exigidas, cabendo, aos pais, a supervisão, o apoio e o incentivo para que superem qualquer obstáculo.

Durante o sexto ano, também temos exemplos de ações que colaboram para que os alunos fiquem mais seguros e confiantes:

  • conversa de cada professor com seus alunos, explicando a dinâmica que terão no sexto ano, assegurando que todos estão bem preparados para novas conquistas acadêmicas neste ano de muitas novidades, fortalecendo a autoestima;
  • reunião com os pais para apresentar as atividades do sexto ano – o que mudou em relação ao quinto ano – e ouvir deles como seus filhos estão demonstrando seus sentimentos em relação a essa nova etapa que se iniciou, além de reforçar o que a escola espera da atuação deles em casa, para agirem em conjunto com a escola;
  • dinâmicas de colaboração entre os alunos, promovidas pela equipe pedagógica, direcionadas ao acolhimento e à segurança para enfrentamento de novos desafios.

Tão importante como a preparação para a transição com os alunos do quinto ano será o acolhimento dos alunos no sexto ano por parte de todos que conviverão nessa nova etapa. Importante lembrar que esses alunos deixaram de “reinar” como alunos do quinto ano e de ter toda a supervisão acompanhada que ocorre no primeiro segmento do Ensino Fundamental, para agora estarem no ano menor desse novo segmento, precisando receber incentivos e apoio para consolidar o desenvolvimento da autonomia e segurança diante das adversidades que surgirão como oportunidades de crescimento, deixando a ansiedade e o medo de lado para vivenciarem um ano escolar tão importante com mais naturalidade e leveza.

Profª Luiza Almendra
Pedagoga – Psicopedagoga
Diretora Acadêmica do Colégio Bahiense


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