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Publicado em 26 de março de 2020 | 6 minutos de leitura

Ainda bem que a BNCC veio….

Olívia Cândida Martins Mansur

 

Estamos diante de um quadro jamais pensado, uma guerra invisível,  sem prazo para terminar e contra um inimigo que não sabemos onde está, que não tem rosto, só tem o nome: Covid 19! Parou a humanidade, o que importa é vencê-lo! Correm os que governam o mundo e avança a medicina, os cientistas, a tecnologia, todos na busca desenfreada pela cura trabalhando, incessantemente, em laboratórios e em pesquisas! Enquanto isso, nos hospitais, nas tendas improvisadas e nas casas,  estão os operários, na labuta diária e constante para salvar vidas: são os profissionais da saúde, verdadeiros heróis que serão, muitas vezes vítimas, mas, também, os maiores responsáveis pela vitória nessa guerra insana e cruel! E a nós, profissionais e personagens de outras áreas, cabe outra tarefa: FICAR EM CASA! Essa é a nossa contribuição, única, poderosa, verdadeira e eficaz!

Mas, para nós, FICAR EM CASA não significa PARAR!  Pelo contrário, nós, EDUCADORES, somos a parcela que oferece a ajuda silenciosa, por trás dos panos, mas que chega às casas, às crianças, aos adolescentes e adultos que ficarão, não sabemos por quanto tempo, longe dos bancos escolares, da convivência entre seus pares, dos saber transmitido e adquirido no coletivo, da algazarra e da alegria sempre constante nas creches, nas escolas de educação básica e nos câmpus das Universidades.

Nós, educadores, somos responsáveis por tornar mais leve esse momento, atenuar as consequências desse afastamento, evitando lacunas na aprendizagem, no comportamento e mesmo no psicológico de nossos alunos. Vamos, com coragem e determinação, trocar ideias e sugestões com nossos companheiros pelos meios de comunicação que temos disponíveis, e que não são poucos e, assim, criar, empreender, junto com nossos educandos, incentivando-os, muitas vezes, a serem os protagonistas nas atividades que podemos, e devemos, remotamente, desenvolver com eles, não permitindo que desanimem, pelo contrário, que acreditem que estão fazendo o melhor nesse momento. E onde a comunicação on line for impossível, pela ausência da Internet ou do equipamento eletrônico (computador ou celular), que alternativas sejam encontradas. Que floresça a solidariedade, onde o aluno que tem esses recursos auxilie o seu vizinho que não tem e, ainda, o antigo método tão utilizado lá atrás, fazer chegar à casa do aluno o dever de casa de cada dia!

A Base Nacional Comum Curricular – BNCC – nos apresentou um novo paradigma educacional que vem ao encontro do caminho que temos que traçar nesse tempo de isolamento, mas não de solidão. Ao nos apresentar a necessidade de transformar nossas escolas, diante de um mundo novo que se abre aos alunos face ao avanço vertiginoso da tecnologia, várias sugestões de tarefas e atividades foram propostas, apresentadas e discutidas pelos educadores em congressos, palestras, reuniões, em grandes espaços, nas redes sociais, nas instituições de  ensino, em cenários os mais diversos, no Brasil e nos exterior. Muitos aplaudiram e muitos criticaram!  Muitos acreditaram e muitos duvidaram!

           Agora, subitamente, sem esperarmos, sem que possamos discutir, ou duvidar se são válidas todas essas estratégias e essas inovadoras formas de ensinar e de aprender, somos levados a lançar esse novo olhar sobre esse  estudante que se nos apresenta: crítico, resiliente, conhecedor do que ocorre ao seu redor, no seu país e no mundo!

          Ainda bem que a BNCC veio para nos preparar e para nos ensinar que tínhamos que mudar! Aproveitemos a oportunidade para abrirmos nossos corações e nossas mentes para oferecermos aos nossos alunos, os aprendizes do século 21, diante dessa realidade nunca experimentada pelos seres viventes desse planeta, as iniciativas de aprendizagem bem sucedidas e aplicadas nos diferentes campos de conhecimento em todas as etapas da Educação Básica e Superior para que, ao final da tormenta, eles e suas famílias, parceiras de seus filhos e das escolas nessa jornada, reconheçam o valor da instituição de ensino, de seus gestores, professores, das equipes técnico-pedagógico-administrativas, enfim, de toda a comunidade escolar.

         Será uma empreitada difícil, trabalhosa, incansável, com sucessos e fracassos, tanto para o professor, quanto para o aluno e suas famílias, mas isso, também, é crescimento, pois é nos erros e acertos que aprendemos e crescemos, todos juntos, de uma só vez! E sairemos vitoriosos e muito mais fortalecidos e confiantes, tanto os gestores e suas equipes quanto os alunos e os que os apoiam, pais e responsáveis, porque nessa luta desigual prevaleceu o equilíbrio, a união, a determinação e a esperança entre todos os envolvidos nesse abnegado, dedicado e maravilhoso projeto de vida chamado EDUCAÇÂO!

        Que Deus nos proteja!

 

Olívia Cândida Martins Mansur é Assessora Pedagógica do Sinepe Rio


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