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Publicado em 20 de agosto de 2014 | 4 minutos de leitura

Aumenta a busca por conteúdo educacional na internet brasileira, apontam sites

POR EDUARDO VANINI


RIO – O brasileiro está usando cada vez mais a internet para incrementar os estudos. Números divulgados nesta terça-feira pelo YouTube apontam que as buscas por vídeos na categoria “educação” cresceram 44% no primeiro semestre deste ano. E quando o recorte é feito sobre os dispositivos móveis, como tablets e smartphones, o salto é de 339% no mesmo período. Além disso, a categoria já é a quinta mais buscada no maior site de vídeos da internet.

Os dados foram apresentados nesta manhã pela empresa, durante o evento “Think with Google” (“Pensando com o Google”, em tradução literal), na sede de empresa em São Paulo, que reuniu pesquisadores de diferentes áreas.

Entre os participantes estava a antropóloga cultural e professora Mimi Ito, do Departamento de Antropologia e do Departamento de Informática da Universidade da Califórnia, que concedeu entrevista ao GLOBO antes do encontro. Para ela, todo este quadro registrado pelo site de vídeos é consequência de um cenário que vem sendo construído desde os primórdios da internet.

– Comunidades on-line têm se empenhado em promover aprendizagem através de quaisquer plataformas que estejam à disposição, sejam elas de perguntas e respostas, fóruns na web ou chats do Twitter – afirma. – Os jovens que cresceram junto à internet tiveram esses recursos como sua primeira parada quando procuravam informações e soluções de problemas ou estavam interessados em aprender algo novo.

E para tornar esse contexto ainda mais atraente às novas gerações, Mimi lembra que, em paralelo ao desenvolvimento da internet, instaurou-se uma crescente crise naquilo que era tido como “educação formal”. Para ela, a ideia de que alunos precisam estar acomodados em assentos em salas de aula ou lendo livros para aprender ficou desatualizada.

– Com o advento dos vídeos, o conhecimento apresentado on-line não é apenas mais conveniente, abundante e relevante, mas apresentado num formato muito mais acessível e envolvente do que o livro tradicional. E o fato de estes vídeos serem produzidos por uma multidão de especialistas, amadores apaixonados e qualquer um que queira compartilhar conhecimento deixa os alunos mais propensos a encontrar exatamente o conteúdo que estão mais interessados – avalia.

Para ela, tudo isso não inutiliza as escolas, mas demanda uma nova postura por parte das mesmas. O desafio agora é promover o encontro entre o ensino tradicional e as novas ferramentas, conduzindo os alunos a serem capazes de fazer o melhor proveito do que vem sendo disponibilizado na web.

PANORAMA BRASILEIRO

O diretor de negócios do Google Brasil, Alessandro Leal, também participou do evento. Ele contou que, assim como no YouTube, pesquisas ligadas à educação ocupam uma fatia considerável das pesquisas efetuadas no site de buscas, com destaque para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

– O Enem tornou-se o evento mais relevante do calendário escolar brasileiro e isso se reflete claramente na internet. Em 2013 as buscas por “Enem” e as relacionadas à “Fies” e “ProUni” foram 15 vezes maior do que todas as buscas juntas por “Papa Francisco”, “Jornada Mundial da Juventude”, “Copa das Confederações” e “Manifestações”, todos grandes eventos que aconteceram no ano passado – ilustra. – Enquanto o número de inscritos no Enem 2013 foi 20% maior que em 2012, o número de buscas pelo tema foi 227% maior no mesmo período de comparação.

De acordo com Alessandro, as expectativas são de mais crescimento nos próximos anos. E a boa notícia é que os estudantes também estão cada vez mais críticos em relação a conteúdos que não são compatíveis com ensino desejado.

Fonte: www.oglobo.com.br – 19/08/2014




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