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Publicado em 14 de dezembro de 2016 | 5 minutos de leitura

Câmara inclui estudos de filosofia e sociologia no ensino médio

Fonte: g1.globo.com 

Por Fernanda Calgaro, G1, Brasília

A Câmara dos Deputados concluiu na noite desta terça-feira (13) a análise da medida provisória que estabelece uma reforma no ensino médio. Durante a sessão, os deputados aprovaram tornar obrigatória a inclusão dos estudos de filosofia e sociologia nessa fase de ensino. O texto segue para o Senado.

O chamado “texto-base” da MP foi aprovado na semana passada, mas, para concluir a análise da medida, os deputados precisavam votar sugestões de alteração à proposta original. O texto-base não fazia menção à obrigatoriedade sobre os estudos de filosofia e sociologia.

Deputados críticos à emenda aprovada nesta terça, incluindo de PT, Rede e PSOL, queriam aprovar a obrigatoriedade desses conteúdos como disciplinas. O argumento deles é que o texto que segue para o Senado, por se referir a “estudos e práticas”, abre uma brecha para que filosofia e sociologia sejam incluídas de forma diluída em outras disciplinas.

 Polêmica

 de que foi apresentada pelo governo, em setembro, a reforma se tornou alvo de protestos pelo país. Nos últimos meses, por exemplo, estudantes chegaram a ocupar escolas para se manifestar contra a MP.

Por se tratar de uma medida provisória, o texto tem força de lei desde a publicação no “Diário Oficial”, em setembro. Para se tornar uma lei efetiva, precisa ser aprovado em até 120 dias (4 meses) pelo Congresso Nacional.

A medida flexibiliza o conteúdo e determina que 60% da carga horária do ensino médio serão obrigatórios, enquanto os demais 40%, optativos, conforme o interesse do aluno.

Na versão original enviada pelo governo, a MP dizia que somente matemática, português e inglês seriam compulsórios. Os demais conteúdos para a etapa obrigatória seriam definidos pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC), ainda em debate.

 Tempo integral

 A medida provisória em análise no Congresso Nacional incentiva o ensino integral e estabelece que a carga horária deve ser ampliada, progressivamente, até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de 800 horas.

O texto aprovado estipula que, no prazo de cinco anos, as escolas deverão ter carga horária anual de mil horas.

 

Itinerários e ensino em módulos

 

O conteúdo obrigatório no ensino médio será orientado para atender às seguintes áreas: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.

No texto, há a previsão de que o sistema de ensino tenha módulos e seja integrado para permitir que o estudante possa aproveitar aspectos de áreas diferentes.

As escolas, pela reforma, não são obrigadas a disponibilizar aos alunos todas as cinco áreas, mas deverão oferecer duas ou mais áreas, além de integrar com disciplinas de outros currículos.

 

Apoio financeiro

 

A Medida Provisória instituiu o Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral, por meio do qual o Ministério da Educação apoiará a criação de 257,4 mil novas vagas no ensino médio integral.

Originalmente, a previsão era repassar à rede de ensino R$ 2 mil por ano para cada aluno, durante quatro anos. O texto aponta que a política poderá ser aplicada “por dez anos”.

 ‘Notório saber’

 O texto aprovado manteve a autorização para que profissionais com “notório saber”, reconhecido pelo sistema de ensino, possam dar aulas exclusivamente para cursos de formação técnica e professional, desde que ligada às áreas de atuação deles.

Também ficou definido que profissionais graduados sem licenciatura poderão fazer uma complementação pedagógica para que estejam qualificados a ministrar aulas.




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