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Publicado em 10 de dezembro de 2012 | 7 minutos de leitura

Cursos das instituições privadas melhoram mais que públicas em avaliação

O desempenho das instituições privadas melhorou mais do que o das públicas na avaliação do Ministério da Educação sobre o ensino superior. O crescimento é discreto e ainda deixa o resultado das faculdades particulares distante dos obtidos pela rede pública, mas foi comemorado pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

O MEC divulgou nesta quinta-feira as notas dos cursos de graduação avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2011 – bacharelado e licenciatura em biologia, ciências sociais, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, música, pedagogia, química, licenciatura em educação física, arquitetura e urbanismo, licenciatura em artes visuais, computação; oito grupos de diversos cursos de engenharia e cursos tecnológicos das áreas de controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial.

Além do desempenho dos estudantes que cursam o último ano na prova, são levados em conta para formar o Conceito Preliminar de Curso (CPC) a infraestrutura e a organização didático-pedagógica das graduações e a avaliação dos professores (número de mestres, doutores e o regime de trabalho deles). Este ano, ganhou mais peso na nota o fato de os educadores se dedicarem em tempo integral para a instituição. O indicador varia em escala de 1 a 5, sendo que 1 e 2 são considerados desempenho insatisfatório; 3, razoável; e 4 e 5, bom.

Do total de 4.703 graduações da rede privada avaliadas em 2011, 22,3% tiveram CPC 4. A nota é 14,8 pontos percentuais maior do que na última avaliação feita para esses cursos em 2008 – as graduações são divididas em três grupos e cada um deles é avaliado em um ano. Na época, apenas 7,5% dos cursos possuíam esse conceito e só 11 cursos receberam a nota máxima, 5. Agora, 82 tiveram a mesma avaliação. Eles representam pouco ainda diante do universo avaliado na rede privada: 1,7%.

Em 2010: Somente 1,5% das faculdades tem nota máxima no Enade

As faculdades particulares também cresceram em conceito 3, considerado razoável. O número de cursos nesse nível de ensino aumentou de 1.676 para 2.065. Por outro lado, a quantidade de cursos com conceito ruim (2) caiu. Em 2008, 21% dos cursos encontravam-se nessa situação, percentual que foi reduzido para 12,7% em 2011.

A rede pública mantém o padrão de desempenho superior ao da rede privada. A quantidade de cursos com a nota máxima se manteve quase a mesma nos últimos três anos. Em 2008, 4,4% estavam nessa faixa de avaliação. Em 2011, caiu para 4,2%. Os cursos com nível 3 e 4 melhoraram em 8,7 e 12,2 pontos percentuais, respectivamente.

Ao todo, 7.576 cursos (incluindo os que são dados pela mesma instituição em unidades diferentes) foram avaliados. Do total, 62% dos cursos analisados em 2011 eram da rede privada e 38% das públicas. O CPC faz parte do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes ).

Comemoração

O ministro Aloizio Mercadante comemorou os resultados. “Eles mostram que o Sinaes é indutor da melhoria da qualidade. A avaliação e os instrumentos de politica econômica que acompanham a avaliação, como Prouni e o Fies, fomentaram a melhoria da qualidade de ensino”, afirmou.

O Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) só estabelecem parcerias com instituições para cursos que possuem conceitos superiores a 2. Os cursos cujas notas ficam abaixo do esperado também são punidos.

Desempenho de estudantes e de instituições

Os resultados divulgados pelo MEC mostram que a participação dos estudantes no Enade aumentou. O percentual de cursos que ficou sem as notas dos universitários em 2008 era de 21%. Em 2011, caiu para 2%. O número de cursos em todas as diferentes faixas de conceito aumentou, desde o nível ruim quando no nível bom

Além do conceito dos cursos, um indicador que avalia as instituições também foi divulgado. O Índice Geral de Cursos (IGC) é resultado da média ponderada entre os conceitos das graduações no ciclo de avaliação de 2009 a 2011 (durante três anos, os cursos são divididos em grupos para passarem pelas análises) e dos conceitos da pós-graduação estabelecidos pela Capes.

Novamente, a média varia de 1 a 5. A maior parte das instituições ficou com conceito 3 (razoável) em 2011: 50,6% das 2.136 avaliadas. Apenas 8,9% estão no nível 4, considerado bom, e 1,3% tiveram nota máxima. Apenas nove instituições tiveram a pior nota (1) e 568 (26,6%) conceito 2, que ainda não é considerado razoável.

Mais uma vez, as instituições públicas se destacaram. Um percentual maior delas obteve conceitos mais altos e nenhuma obteve conceito 1. As universidades, que atendem a 53,9% dos 6,7 milhões de estudantes matriculados em cursos de graduação, têm desempenho melhor do que os outros tipos de instituição. Quase a totalidade delas possui conceito de razoável para cima.Penalidades

Mercadante afirmou que, na semana que vem, o número de cursos e instituições que permaneceram estagnadas em conceitos ruins será divulgado. Junto com os dados estatísticos, ele prometeu divulgar as penalidades que serão sofridas por elas. Elas já não poderão receber estudantes pelo Prouni ou pelo Fies e terão mais punições.Seremos rigorosos com quem não evoluiu no sentido da qualidade. Tomaremos medidas complementares”, disse. Ele pediu ainda que os estudantes não façam vestibular em instituições com conceitos ruins. “Não é recomendável entrar em instituição de nível 1 ou em um curso de nível 1. Mesmo os de nível 2, olhem com muito cuidado. Não queremos que os nossos alunos estudem em cursos com desempenho insuficiente”, ressaltou.

Mercadante também pediu que os universitários participem do Enade com afinco. Para ele, o prejuízo de um conceito ruim atinge o próprio estudante. “Fazer o Enade e com dedicação é valorizar os próprios diploma e currículo”, afirmou.

 Fpnte: Portal IG – 7/12/2012




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