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Publicado em 27 de outubro de 2016 | 4 minutos de leitura

Docência requer novas competências, diz Emília Cipriano

O presidente do Sinepe Rio, Victor Notrica, abriu o evento em homenagem aos mestres

O Sinepe Rio promoveu no último final de semana, no Centro Cultural João XXIII, em Botafogo, um grande evento para homenagear os professores das escolas associadas. O encontro contou com a presença da doutora em educação da PUC-SP, Emília Cipriano Sanches, que ministrou a palestra Rodada da Paixão: a Paixão de Educar.

Com grande experiência na capacitação de docentes, Emília Cipriano  apontou os desafios para os profissionais da educação no mundo de hoje. “O profissional de educação que não se vê em formação permanente não pode ser considerado professor. A nossa profissão está em constante movimento”.

 

Os diretores do Sindicato Cristina, Marina e José Jorge com Emília Cipriano 

Cipriano criticou ainda a atual formação do profissional de educação. Ela destacou que a maioria dos cursos tem carga horária reduzida, o que não permite capacitar o futuro professor para a sala de aula. “Estamos vivendo um momento de muitas mudanças em nossa formação. E uma delas é a formação reduzida, muitas vezes, de um ano e meio online, recebendo ao final do curso um certificado”.

Segundo a especialista, assim como o médico, que depois de formado, passa alguns anos no hospital praticando aquilo que aprendeu em sala de aula e no laboratório, o professor também deveria fazer o mesmo na escola.

“O professor tem que fazer residência de, no mínimo, dois anos. Uma escola séria tem que formar um professor que não passe simplesmente por curso no qual responde a uma grade de questões. Ele tem que ir para escola, ser supervisionado, ter um acompanhamento e conhecer metodologia”, explicou.

De acordo com Emília Sanches, a realidade da educação hoje é completamente diferente de alguns anos atrás. As mídias digitais transformaram a relação entre o educador e o aluno.

“Como competir, por exemplo, com a criança que já nasceu num mundo digital? As crianças fazem perguntas que nunca fizemos. É um ambiente totalmente novo, que requer novas competências por parte dos educadores”, avalia.

Diante desse novo cenário, segundo Emília Cipriano, o professor só será bem-sucedido na carreira se  fizer do seu ofício uma escolha pessoal. “Hoje tem muitos profissionais que trabalham com a educação e não fizeram essa escolha. É aquele que faz da profissão uma área de sobrevivência e não um sentido para a sua história”, afirma.

Além da esclarecedora palestra de Emília Cipriano, os professores participaram de um delicioso café da manhã e concorreram a vários prêmios oferecidos pelo Sinepe Rio.


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