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Publicado em 15 de julho de 2013 | 4 minutos de leitura

Educação está entre as áreas mais promissoras para os próximos dez anos

 

Lecticia Maggi

 

Na semana passada, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo apontando as carreiras universitárias e técnicas que registraram maior expansão no Brasil entre 2009 e 2012. Ficou a dúvida: quais terão o melhor desempenho no futuro? A pedido de VEJA.com, um time de especialistas em mercado de trabalho da Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ipea e de empresas de recrutamento e seleção respondeu à questão. Para eles, as profissões mais promissoras para os próximos dez anos fazem parte de quatro grandes áreas da economia que apresentam boas perspectivas de crescimento. São elas: asúde, educação, tecnologia da informação e comunicação (TIC) e engenharia. Confira a lista abaixo.

 

A criação de vagas nessas áreas será, é claro, influenciada pelo desempenho da economia — cujo ritmo, aliás, está longe do desejado. “A taxa de desemprego nacional, que foi de 5,5% em 2012, pode chegar aos 6% em 2013. As perspectivas de emprego para 2013-14, portanto, não são tão boas como no passado recente”, afirma José Pastore, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP.

Ainda assim, para as quatro áreas citadas, o prognóstico é positivo. Na contramão da indústria, o setor de serviços — no qual estão inseridas asúde e educação — apresenta boas perspectivas e está menos exposto a oscilações econômicas. “A área industrial é muito vulnerável à demanda externa: cerca de 20% de tudo o que produzimos é destinado ao exterior”, diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultoria.

A FGV têm números a respeito das perspectivas a curto prazo, colhidos entre as empresas dos setores de indústria e de serviços. Enquanto o Índice de Confiança de Serviços (ICS) estabilizou em 119,4 pontos em junho, o congênere da indústria (ICI) caiu, atingindo 103,8 pontos (valores superiores a 100 expressam otimismo). “Há uma demanda forte por serviços de asúde e educação, mesmo quando o cenário econômico não é favorável”, afirma Paulo Meyer, pesquisador do Ipea.

Educação e asúde devem colher ainda frutos da ascensão da chamada classe C — que, na definição da FGV, é formada por famílias com renda entre 1.734 e 7.475 reais. Estudo da instituição mostra que 40 milhões de pessoas entraram nesse grupo entre 2003 e 2011, fazendo-o saltar de 65,9 milhões para 105,5 milhões de brasileiros. “É mais gente, com mais dinheiro. E essas pessoas certamente demandarão serviços de saúde e educação. Exemplo disso são os jovens que buscam qualificação técnica ou universitária, embora seus pais possuam pouca ou nenhuma formação acadêmica”, diz Eduardo Zylberstajn, professor da FGV.

 Tecnologia da informação e comunicação (TIC) e engenharia têm outras razões para colher bons resultados nos próximos anos. No primeiro caso, especialistas apontam a crescente demanda por tecnologia em todos os setores da economia — de indústrias a hospitais, de escolas ao comércio. No caso de engenharia, o impulso deve vir de investimentos em setores como o petrolífero e logística. 

Fonte: www.veja.com.br  – 14/07/2013


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