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Publicado em 14 de janeiro de 2015 | 4 minutos de leitura

Ensino público “não é bom”, diz ministro da Educação após resultado do Enem 2014

As médias gerais das provas de redação e matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 tiveram queda significativa em relação à edição de 2013. Já em Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Linguagens, as notas subiram. O balanço geral da prova foi divulgado nesta terça-feira (13) pelo ministro da Educação, Cid Gomes, e pelo presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), Francisco Soares.

 

– Todas essas questões (perguntas dos jornalistas) têm um grau de relativismo. O que se considera a média razoável? Onde estudei era 7,5. Depois em outro colégio, a média era 5. Hoje, o cinco é uma média meio consensual. Os estudantes estão lendo pouco, o tema de redação nesse caso não é tão popular, tudo isso dificulta. Não dá para fugir, camuflar e dizer que o ensino público é bom. Está muito aquém do desejável. Estamos aqui para lutar para melhorar.

Para o presidente do Inep, o retrocesso em redação não é alvo de preocupação.

– O rigor do ano passado foi igual ao deste ano. Este ano tivemos mais capacitação. Portanto, a variação tende a ser menor. Estamos cada vez mais seguros que não estamos prejudicando os alunos.

Cerca de 539 mil candidatos tiraram nota zero na redação e, portanto, foram eliminados. Eles não poderão participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), cujas inscrições começam na segunda-feira da semana que vem. Pouco mais de 35 mil candidatos obtiveram notas entre 901 e 999 nesta parte.

Do total avaliado, 2,6 milhões de textos foram para um terceiro corretor, e outros 283.746 precisaram ser avaliados por uma banca de especialistas por conta das notas discrepantes dadas por cada corretor.

ENEM ON-LINE

Durante a coletiva, Cid Gomes voltou a afirmar que pretende informatizar o Enem em futuras edições, para que estudantes possam fazer provas em terminais de computadores. Em entrevista na semana passada ao jornal Folha de S.Paulo, o novo ministro já havia cogitado a possibilidade de candidatos responderem a questões que integram o Banco Nacional de Itens e que não são necessariamente as mesmas.

A possibilidade de candidatos responderem a perguntas distintas é permitida por causa da metodologia de Teoria de Resposta ao Item (TRI), que mantém o mesmo nível de dificuldade e garantiria a equidade na correção. A novidade incluiria ainda a possibilidade de o candidato fazer a prova durante um período de até 30 dias.

Durante a coletiva desta terça, Cid Gomes reafirmou compromisso para tirar a ideia do papel, dizendo ainda que ela seria prioridade em relação à intenção de criar duas edições do Enem por ano.

– Pretendo levar a presidente Dilma Rousseff a proposta de que no mais rápido espaço de tempo possível possamos aproveitar tecnologias e realizar o Enem de forma remota. Temos outros desafios mais urgentes do que fazer uma segunda edição no ano. Devemos trabalhar para que possa ter Enem o tempo inteiro, toda hora, todo dia, quando quiser.

Fonte: O Globo – 14/01/2015

 




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