Incentivar crianças de até 5 anos a gostar de ler é visto como importante ou muito importante para 96% dos brasileiros. Nove em cada dez pessoas acreditam que o estímulo à leitura deveria ser ao menos semanal. Contudo, apenas 37% tomam a responsabilidade para si e afirmam ler para os pequenos. Os dados fazem parte de uma pesquisa sobre hábitos de leitura, realizada pela Fundação Itaú Social em parceria com o Instituto Datafolha, divulgada nesta terça-feira.
Mulheres com idades entre 25 e 44 anos pertencentes às classes A e B e com ensino médio ou superior completo compõem o perfil de quem mais estimula a leitura nas crianças. As mães aparecem na primeira posição e tios e tias vêm logo em seguida. Pais ficam no terceiro lugar no ranking de parentes que mais se dedicam a incentivar o gosto pela leitura nos mais novos. Enquanto nas classes mais altas, os pais são vistos como os grandes responsáveis por estimular os filhos, nas classes D e E a escola ganha destaque maior.
Um quarto das pessoas ouvidas afirmou ler semanalmente para crianças. A grande maioria considera que, desta forma, estreita relações afetivas com o menino ou menina. Quase 90%, porém, admite que poderia se esforçar mais na tarefa. A leitura é reconhecida como importante em todas as regiões. Mais da metade dos entrevistados acredita que a criança deve ser estimulada a ler desde muito cedo porque isso ajuda no desenvolvimento cultural e intelectual. Outros 36% citam que a formação educacional recebida é responsável por criar o hábito da leitura em adultos.
Chama a atenção que quase uma em cada dez pessoas já pensa no futuro profissional dos pequenos. Para 9%, incentivar crianças a ler é uma forma de prepará-las para as exigências futuras do mercado de trabalho.
Entre os 2% dos entrevistados que afirmaram não considerar importante o incentivo à leitura nas crianças, a maior parte argumenta que elas ainda são muito novas e, portanto, deveriam se dedicar apenas a brincar.
Leitura na infância – Questionados sobre a própria experiência, 60% dos entrevistados afirmaram que, durante a infância, não contaram com a ajuda de um adulto na leitura. A maioria ressalta que gostaria que isso tivesse ocorrido. Entre os 40% que passaram pela experiência, a maior parte pertence às classes A e B, tem entre 16 e 34 anos e concluiu o ensino superior.
A pesquisa ouviu 2.074 pessoas em 133 cidades do país, no início de agosto. A margem de erro da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte: www.veja.com.br – 2/10/2012