Basta ver como funcionam as melhores escolas do Enem para ver não existe nenhum segredo.
Alguns fatores nada ou pouco têm a ver com a escola.
Elas atraem ótimos alunos e famílias envolvidas na educação dos filhos. Muitas dessas escolas fazem vestibulinhos, selecionando os melhores.
Na imensa maioria dos casos, são famílias abastadas e, assim, podem oferecer às crianças e adolescentes repertório cultural, vivências educativas, além de apoio psicológico e médico.
São crianças que dominam a linguagem cedo, aprendem inglês e tiveram assistência perfeita na fase de 0 aos 3 anos ( vital para o desenvolvimento do cérebro). Passaram também por uma boa pré-escola.
São famílias, portanto, atentas e exigentes, pressionando a escola a mostrar desempenho a ter bons professores.
Isso significa estímulo à contratação de bons professores, bem pagos, com mestrado e doutorado.
Escolas assim têm manter cursos de atualização permanentes de seus professores.
Para completar, são escolas de tempo integral.
Ou seja, há uma união de escolas boas, com currículos inovadores, alunos empenhados e famílias envolvidas.
Ou seja, educação de excelência custa caro. E, além disso, exige muito empenho da família, da escola e dos alunos. Não tem segredo.
Segredo mesmo é atingir resultados assim com famílias pobres em escolas públicas.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
Fonte: Folha de S. Paulo – 27/11/2013