A Polícia Federal no Piauí abriu inquérito para apurar se houve vazamento da prova de redação do Exame Nacional do Ensino médio (Enem). Um estudante da cidade de Picos, no sul do Estado, alega ter recebido a informação horas antes do exame.
O Ministério Público Federal (MPF) no Piauí também abriu investigação do caso. A denúncia à PF foi feita pelo estudante Jomásio Barros Santos Filho, de 17 anos, ante ontem. Segundo ele, a suposta imagem da prova de redação, que teve o tema “Publicidade infantil em questão no Brasil”, teria sido enviada a um grupo de WhatsApp às 10h47 do domingo.
O exame começou a ser feito em todo o País às 13 horas. Uma perícia será realizada no telefone celular do estudante. A polícia também informou que “todos os envolvidos no caso já estão sendo ouvidos”, sem dar mais detalhes sobre o caso. Na tarde de domingo,após supostamente sair do local de prova, o autor da denúncia publicou em sua conta no Facebook: “E agora? Como um exame nacional pode ser totalmente seguro e confiável se o tema da proposta de redação já tinha chegado até mim?”. Ele ainda publicou um vídeo em que mostra o celular com o horário que teria recebido o arquivo.
No vídeo,ele retira o aparelho de dentro do saco plástico distribuído pela organização da prova para guardar os objetos. Santos disse ter ficado surpreso durante a prova, ao perceber que o tema da redação era o mesmo da mensagem. “Várias pessoas como eu receberam esta mídia com o tema da redação do Enem.
E aí, como é que fica?” questionou o estudante no vídeo. Em sua página na rede social, também há críticas ao Enem e ao PT, feitas antes do fim de semana de realização do exame. Investigação.Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem, afirmou que, “desde o início do exame, outras denúncias foram recebidas e, quando apuradas, todas se mostraram infundadas”.
De acordo como órgão,“o Inep trabalha em conjunto coma PF para dar, cada vez mais, rigor e segurança à aplicação do exame”. A reportagem tentou entrar em contato com o autor das denúncias, mas ele não atendeu às ligações.À TV Clube, afiliada da Rede Globo no Piauí, ele disse que a mensagem teria sido recebida por mais de 40 pessoas no grupo do WhatsApp.
Os agentes da PF recolheram mais celulares de estudantes nos municípios de Picos, Campo Maior e Timon, no Maranhão, por suspeitas de fraude. Também à reportagem da afiliada da Globo,outros dois estudantes disseram que haviam visto a mensagem antes da prova. “Eu vi essa imagem às 10h54, no domingo, antes da prova. Então eu não tenho nenhuma dúvida de que essa prova vazou”, disse a estudante Larissa Campos Almeida, que teria visto o exame no celular do primo.
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Polícia Federal fez 4 prisões durante exame
Quatro pessoas foram detidas durante a realização do Exame Nacional do Ensino médio (Enem) de 2014, no último fim de semana, de acordo como balanço atualizado da Polícia Federal. Os casos, em que houve uso indevido do celular, foram registrados no Ceará, Minas Gerais e Tocantins. Em Juazeiro do Norte, a 560 km de Fortaleza, duas pessoas foram detidas. Um dos presos usava o celular para recebimento de gabaritos, enquanto o outro envolvido na fraude ficava do lado de fora, passando informações ao candidato na sala.
A dupla foi autuada pelo crime previsto no artigo 311-A, do Código Penal, que trata das fraudes em concurso de interesse público. Os dois foram liberados após o pagamento de fiança, informou a PF local. Outro homem foi preso em uma Escola pública em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte,por ter usado o celular durante a prova.
A PF mineira informou que ele foi detido no domingo por policiais militares e depois encaminhado à Polícia Federal. Ele pagou R$ 724 de fiança e foi libertado. Também houve prisão de um jovem de 21 anos em Palmas. Durante a realização da prova em uma Escola estadual, ele fotografou o exame com o celular e enviou a imagem pelo WhatsApp. A intenção do rapaz, segundo a PF de Tocantins, era receber o gabarito das questões pelo telefone. Todos os presos foram eliminados do Enem. Segurança.
O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação responsável pela prova, aumentou o rigor na fiscalização, com cerca de 17 mil detectores de metais nos locais de prova. O Inep também faz o monitoramento das redes sociais, como objetivo de rastrear eventuais postagens com fotos do exame.
Fonte: O Estado de S. Paulo – 14/11/2014