O PROUNI merecia “morrer” para, em seu lugar, “nascer” o PROEB. O primeiro é um programa criado pelo Governo Federal para estimular a seguinte troca: a renúncia fiscal do Tesouro Nacional em favor das vagas em faculdades destinadas àqueles que se situam na faixa social de baixa renda familiar.
É sabido que escola privada de boa qualidade de ensino superior é exceção (basta ver as estatísticas oficiais) e todos sabem que escola pública de ensino básico, de má qualidade é regra geral.
Ora, se tal situação é óbvia, lógico seria que se assegurasse àqueles carentes – com absoluta prioridade – vagas nas escolas particulares de Educação Básica (desde a Educação Infantil) que são, majoritária e reconhecidamente, de boa qualidade educacional.
O que, aqui, se propõe, portanto, nada mais é do que substituir-se o PROUNI por um PROEB que abrangeria a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
A tantos quantos não tiverem recursos, garanter-se-ia uma boa educação básica à qual, hoje, só as elites, de um modo geral, têm acesso.
A troca de prioridade parece, entretanto, não sensibilizar o pode público que insiste na inversão de prioridades: cotas e isenções ou imunidades tributárias, predominantemente, só para o ensino superior.
Faz sentido?…
Vejam o disparate: aos pobres – faculdades que não merecem nota 10 e para eles, antes da fase universitária, só a escola pública que, esmagadoramente, vem merecendo nota zero!
E assim caminha a educação brasileira para, vergonhosamente, permanecer nos últimos lugares nas avaliações internacionais.
Chega a ser inacreditável – para não dizer trágico – o poder público facilitar a formação de “doutores” no lugar de alunos, basicamente, bem formados.
Por essas e por outras é que, tão cedo, não teremos na UNESCO, a mesma posição que, há tempos, desfrutamos na FIFA…
É o “império do pé” sobrepujando o “reino do cérebro”…
*João Pessoa de Albuquerque é presidente da Associação Brasileira de Educação, membro da Academia Internacional de Educação e ex-presidente da UNE.